domingo, 19 de junho de 2011

MWERDAL PEREIRA


Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura;
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...(*)


    1968.

    Com a decretação do AI-5 em dezembro muitos artistas brasileiros tiveram que partir para o exílio, perseguidos que foram pela ditadura militar.

    Nesse mesmo ano em que Chico, Caetano e Gil, eram forçados a deixar Pindorama,  começava a brilhante carreira de um estagiário nas Empresas de Roberto Velhaco Marinho.

    Esse pródigo jornalista, obteve um desempenho es-pe-ta-cu-lar, tendo exercido naquela augusta Casa destacados cargos, tais como: editor nacional, editor-chefe, diretor da sucursal de Brasília, diretor de redação e diretor executivo do Infoglobo. É mole ou quer mais? Para encerrar foi Diretor de Jornalismo de Mídia Impressa e Rádio das Organizações Globo.

     Estou falando de, nem mais, nem menos, de uma figura do porte de MERVAL PEREIRA !

   Conviveu na época com outros eminentes biltres como o Armando “Nogeira” e Alice “Maria vai com as outras” Reiniger, seus parceiros de convivência alinhada com os anos de chumbo, abrigados na Vênus Platinada Plim-Plim.

   Pior do que a censura era a autocensura, comportamento esse rigorosamente seguido pelos vilões do jornalismo, engajados no acobertamento de todas as truculências cometidas pelo cruel regime militarista que se manteve por mais de 20 anos no poder.

    O Dotô Merdal Pereira vai ocupar a vaga de um gaúcho, o Doutor Moacyr Scliar, na Academia Brasileira de Letras...  Que barbaridade, tchê!

    O jornalista “É Fan-táás-ti-cô...” tomou posse no lugar do escritor que se destacou no gênero imaginário fantástico. Scliar publicou nada menos do que 67 livros, Pereira publicou apenas, pasmem, 2 livros, sendo que um deles é uma reles compilação dos seus brilhantes artigos cometidos no Gloebbels.

      É bem verdade que a Casa de Machado de Assis, a tal “Academia”,  teve seus bons momentos de “Casa de Tolerância”, como por exemplo ao receber o  Ministro do Exército General Aurélio de Lyra Tavares,  fato ocorrido em plena vigência da “Redentora”.  Esse  milicão de alta patente, compos uma junta de bois, com dois outros colegas de farda, empossados pelo AI-12, que impediu a posse do nosso vice civil, o Pedro Aleixo, com a morte do Costa e Silva, estão lembrados?

     Isso sem contar que pelo “Country Club das Letras”  lá passou inclusive nomes como Getúlio Vargas (ignora-se seus literários dotes), Assis Chateaubriand, Zé Sarney, Ivo Pitangui, Paulo Coelho, dentre outras celebridades...

    Aliás, Merval ficaria muito à vontade na ABL se o seu tempo de “imortal” coincidisse com o do garboso General Lyra Tavares, sabem por quê? Porque o Mervalzinho adora palestrar com milicos.

    Sim, caro leitor. Você ficaria maravilhado se pudesse presenciar a sua desenvoltura  no Clube Militar, metendo o pau no nosso Lula Molusco nas eleições e sendo ovacionado por uma seleta platéia de militares da reserva.      

    Quantos deles não teriam atuado ou gozariam da amizade de altos figurões que passaram pelo comando do sanguinário DOI-Codi? Só o coronel Brilhante Ustra, que atuava em São Paulo, recebeu até o momento, 502 denúncias de tortura, maus tratos e morte de “subversivos”.

    Quem o conhece bem, quem acompanhou a sua trajetória, sabe:   

Merval Pereira não é independente, ele não tem absolutamente opinião própria.  A opinião dele é a do Sultão, quero dizer, do Patrão. E a opinião do Patrão é a opinião do atraso, do conservadorismo decadente, do preconceito, de quem pensa o Brasil a partir do próprio umbigo.

     Assim como aquele famoso intelectual que reside em Higienópolis: Alô! Alô! FHC! As portas da “Academia” estão mais escancaradas para V. Sra. do que “nunca dantes”. O seu dia chegará, bem mais depressa do que o Senhor imagina!

    Agora, como explicar o fato de Antonio Torres, este sim, o verdadeiro escritor, conhecido dentro e fora do Brasil pelas suas obras, ter conseguido apenas 13 votos? Com a palavra os Iluminados e Imortais Acadêmicos.

 


 


(*) OLAVO BILAC


 


                                                                                                                                         


                                                                                                                            1000TON

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